segunda-feira, 19 de março de 2012

Um bazar para conscientização


 ONG Amigos de Rua de São Francisco de Paula promove bazar para angariar fundos

Para dar continuidade ao trabalho a ONG Amigos de Rua promove bazar aos sábados

A missão é especial, os voluntários recolhem das ruas animais abandonados, maltratados, doentes e famintos. Depois de castrados e atendidos, são postos para adoção. E aí uma longa espera começa, e às vezes as tentativas para que o bichinho encontre um lar de amor e cuidado são frustradas. Mas esse belo gesto de solidariedade tem um custo, e apesar da parceria com alguns veterinários da cidade, esse custo se tornou inviável. A ONG Amigos de Rua existe desde novembro de 2010 e sempre trabalhou com a ajuda dos voluntários e de simpatizantes da causa que oferecem doações. Porém a ajuda financeira foi escasseando até chegar ao ponto de terem de parar com os atendimentos. Por isso uma série de ações estão sendo feitas com o objetivo de “sair do vermelho” e dar continuidade ao trabalho.
Uma delas é o Bazar da ONG, que iniciou no sábado, (17) e ocorrerá todos os sábados, das 9h às 12h na Praça Podalyro Alves, ao lado da Prefeitura Municipal.  Lá é possível encontrar com baixo custo roupas, acessórios, calçados, objetos de decoração e muitas outras coisas, todas oriundas de doação e em ótimo estado. Vale a pena conferir e ajudar!
Fique ligado, a próxima ação será a Festa da ONG Amigos de Rua, dia 28 de abril na AABB, (Rua Dom Pedro II, número 75, Centro, São Francisco de Paula-RS). Os ingressos estão sendo vendidos antecipadamente à R$15,00 com os voluntários, e também serão vendidos na hora pelo mesmo valor. O dinheiro arrecadado será totalmente revertido para o atendimento aos animais. A Festa será animada por Pedro Ivo & Banda que tocarão os sucessos do pop rock nacional e internacional. Não deixe de participar! 
Além de roupas, acessórios e calçados, objetos de decoração também podem ser adquiridos com baixo custo 


*Texto e fotos: Karine Klein

Tarde para se divertir e fotografar


Fotoclube escolhe nome e realiza saída fotográfica

Participantes clicaram alguns pontos turísticos no centro da cidade

Agora é oficial, o clube dos apaixonados por fotografia de São Francisco de Paula já tem um nome. Fotoclube Luz, Câmera...Imaginação. Assim foi batizado pelos participantes durante a assembleia ao ar livre na tarde de sábado, (17), no Lago São Bernardo. Nesse último encontro os participantes deram as boas vindas aos novos membros e trataram de assuntos como a próxima exposição, que homenageará o município pelo seu aniversário. Essa mostra ocorrerá no dia 7 de abril, o local ainda será definido.
Após a reunião os Fotoclubistas saíram em um passeio para clicar a cidade. Durante a tarde de sábado os serranos puderam conhecer melhor e entender como funciona o Fotoclube. Muitos olhavam curiosos, alguns paravam para ver o que aquele grupo de pessoas com câmeras na mão estava fazendo.  E é isso que os participantes esperam, gerar a curiosidade e o interesse do povo de São Chico.
Para participar do Fotoclube basta gostar de fotografia, não é preciso nenhum conhecimento técnico. O clube é composto por fotógrafos profissionais e amadores em sua maioria, os encontros e os passeios fotográficos servem para aprimorar a habilidade com a fotografia e são um momento de lazer para os participantes. As reuniões acontecem quinzenalmente e são avisadas com antecedência. Interessados podem entrar em contato através dos telefones (54) 9162-8456 e (54) 9105-1737. 
Todos procuravam o melhor ângulo para criar suas fotos
 *Texto e fotos: Karine Klein

domingo, 18 de março de 2012

A cultura da tradição

 Nos Campos de Cima da Serra a mistura de gerações garante a preservação da arte musical
A Associação dos Acordeonistas preserva a tradição reunindo várias gerações de gaiteiros

A 112 km da capital gaúcha fica São Francisco de Paula, uma cidadezinha serrana com pouco mais de vinte mil habitantes, pequena em reconhecimento, mas enorme em talentos. O município cada vez mais vem se destacando em termos de tradição e tirando do anonimato grandes músicos e compositores.
De São Chico, como é carinhosamente chamada, saíram grandes nomes da música tradicionalista e foi aqui que nasceram canções que hoje soam como hino para os apreciadores da cultura e tradição regionalista.
Pensando nisso e em reunir todos esses talentos, foi fundada no dia 5 de abril de 2011 a Associação de Acordeonistas e Gaiteiros de São Francisco de Paula e dos Campos de Cima da Serra, com o objetivo de reunir todos os interessados na arte de tocar esse instrumento e agregar valores para a nova geração de gaiteiros da região serrana.

União de gerações

Atualmente a Associação conta com cerca de 50 músicos acordeonistas, iniciantes e experientes, numa mistura de gerações em prol da mesma causa, preservar e enaltecer a arte daqueles que tão bem tocaram nosso Rio Grande.
O membro mais novo da Associação tem nove anos. O jovem acordeonista Flamarion Fagundes Pinto começa a dar os primeiros passos na música. O mais velho, seu Volme Marques, Vice-Presidente da instituição, já conta 80 primaveras, a prova de que o respeito e a união fazem a diferença quando o assunto é tradição.

A terra dos grandes gaiteiros

A questão geográfica é um fator que influenciou o desenvolvimento dos gaiteiros da região, explica o acordeonista e Presidente da Associação Israel da Sois.
“A distância dos grandes centros onde mais se tocava o instrumento, como Porto Alegre, Pelotas e Montevidéu, ajudou a desenvolver as habilidades com o acordeon, antigamente nos acampamentos tropeiros eram tocadas as gaitas de oito baixos, um instrumento portátil que sozinho desempenhava todas as funções, mesmo com poucos recursos”, conta.
O acordeonista Israel da Sois presidente da Associação

         Este subtítulo que São Francisco de Paula carrega de "Terra dos Grandes Gaiteiros" tem origem na dupla de acordeonistas Os Irmão Bertussi, explica o poeta e pesquisador tradicionalista Léo Ribeiro de Souza. “Antes do surgimento dos gaiteiros da Mulada em Criúva, então pertencente ao nosso município serrano, só se ouvia o sanfoneiro Mário Zan, o catarinense Pedro Raimundo e sua famosa cordeona branca, músicas sertanejas e tangos portenhos. No sul, alguns trabalhos missioneiros com influência platina. Após a formação da dupla pioneira no estilo "galponeiro", ou seja, o ritmo bailável, dezenas de gaiteiros surgiram seguindo os passos de Honeyde  e Adelar Bertussi. Foi o caso de Albino Manique, Edson Dutra, Gildinho e centenas de outros músicos que trazem o dom de, através de seus dedos, levar alegria ao povo gaúcho”, afirma Léo.
Talentos como os dos Irmãos Bertussi, que até hoje têm suas músicas gravadas e executadas Brasil a fora, Albino Manique, Gonzaga dos Reis, Ângelo Marques e tantos outros gaiteiros ainda sem o reconhecimento merecido, estão surgindo e se aperfeiçoando cada vez mais no município.
Certa vez, em seu blog Léo Ribeiro de Souza comentou sobre a recém formada Associação dos Campos de Cima da Serra. “Temos a certeza de que vários diamantes na forma de gaiteiros estão sendo lapidados fazendo com que esta característica serrana seja preservada para o bem da nossa tradição”.  Nisso encontra-se o alicerce desta Associação, preservar a característica serrana de se tocar a gaita.
“A influência portuguesa, a música espanhola, o vigor do inverno, o trabalho no campo. Tudo isso foi contribuindo para formar essa maneira ímpar de tocar o acordeon. A vida dura e ao mesmo tempo a alegria desse povo sofrido, tudo isso está registrado na maneira de tocar daqui e tem suas origens também aqui, nos Campos de Cima da Serra”, acrescenta Israel.
Outra característica da música serrana é a ousadia. Honeyde Bertussi foi um dos músicos precursores no uso do cavaquinho, bateria e tantos outros instrumentos junto ao acordeon. “Não é fácil encontrar tanta gente que toque um repertório tão variado num local tão pequeno, há alguns casos na Europa, mas é muito difícil”, comenta o presidente da Associação.
         Se depender dos acordeonistas de Cima da Serra, esse estilo único de tocar o Vanerão, o Chote e o Bugio continuará se perpetuando para que não morram as composições. “Para ocorrer a evolução na música, sem falsos modismos. Modismo passa, evolução fica”. Conclui Israel.


Os jovens acordeonistas Vicente Tonello e Flamarion Pinto seguem os passos dos mais experientes


*Texto e fotos Karine Klein