quinta-feira, 31 de maio de 2012

Uma reunião de amigos


1ª Mateada no Lago proporciona integração da comunidade e visitantes

Serranos e turistas formaram uma integração no lago São Bernardo


Nas margens do Lago São Bernardo, numa manhã típica de outono, a cuia passando de mão em mão e muita conversa por todos os lados. Assim aconteceu no último domingo, 27, a 1ª Mateada no Lago. Evento cujo principal objetivo foi alcançado, o de formar uma integração entre os participantes.
Além da boa conversa que preencheu toda a manhã, algumas atrações locais também completaram este encontro. Os gaiteiros da Associação dos Acordeonistas dos Campos de Cima da Serra animaram os presentes tocando os ritmos aqui do sul. No mesmo espaço a literatura serrana também esteve representada por José Carlos Santos da Fonseca, o “Zeca” que conversou com os mateadores sobre o seu livro São Francisco de Paula - Rio Grande do Sul - História, Encantos e Mistérios - Resgatando o Passado Serrano - Volume 1.
Os gaiteiros da Associação dos Acordeonistas animaram os mateadores com sua música

E além de música o escritor José Carlos Santos da Fonseca também interagiu com os participantes

O evento que iniciou nas redes sociais por um grupo de amigos, tomou proporções maiores e assim aconteceu esta primeira mateada, com a participação de muitas pessoas. Quem caminhava no entorno do Lago São Bernardo parava para ver o que era aquela movimentação e já era convidado para “se chegar” e apreciar um bom chimarrão e a atmosfera de amizade e descontração.
Quem não levou seu mate de casa, não ficou de fora, pois a empresa Ervas Ximango disponibilizou erva mate e água quente para o evento.
Segundo os organizadores essa primeira edição foi um sucesso . “O tempo colaborou, as pessoas compareceram em bom número, tanto serranos quanto turistas, e com certeza superou nossas expectativas”, disse Pedro Ivo Silva Terra, um dos organizadores.
Depois dessa primeira, a promessa é de que muitas outras virão. A ideia é manter a Mateada no Lago como um evento tradicional no município, acontecendo sempre no último domingo de cada mês. E quando o tempo não for favorável ela será transferida automaticamente para o final de semana seguinte.
A  próxima mateada já tem data marcada, será no último domingo de junho, dia 24, a expectativa para próxima edição é novamente de grande público e  a organização já prepara atrações e surpresas para quem comparecer.
Um programa para toda a família  e em meio a natureza
Natureza, chimarrão e amizade:  isso é São Chico!
Preservando a tradição da hospitalidade a mateada foi um evento para todas as culturas


 Texto e fotos: Karine Klein

São Francisco de Paula será palco da Festa do Pinhão e do Ronco do Bugio



Faltam poucos dias para começar a 16ª edição da Festa do Pinhão e o 21º Ronco do Bugio, dois eventos que prometem movimentar a região. Mais uma vez São Francisco de Paula, na serra gaúcha, se prepara para receber os visitantes. Serão nove dias de muitas atrações, shows, danças, músicas, gastronomia e história, de 6 a 17 de junho. As atrações estão programadas na primeira semana de quarta-feira até domingo (de 6 a 10) e na segunda semana, de quinta-feira até domingo (de 14 a 17).

A Festa do Pinhão, conhecida como a festa oficial de São Francisco de Paula, este ano irá acontecer no Ginásio Municipal de Esportes da cidade, localizado na Rua Santos Dumont, 111 e contará com diversos shows nacionais, incluindo o mais esperado, da banda Jota Quest no último sábado, 16, a partir das 23 horas. Além deste, muitas outras atrações garantem a diversão e são destaques da programação do evento, como Guri de Uruguaiana, que certamente fará o público dar muitas risadas, Tchê Garotos, Porca Véia, Walther Morais, Tequila Baby e Balada do Pretinho.

Mas é claro que na festa mais tradicional de São Francisco de Paula, a cultura local também estará em destaque e será representada pelo Grupo de Projeção Folclórica Ana Terra que realizará seu espetáculo no último dia de evento, assim como Jardel Borba e o Grupo Brasil de Bombacha. Essas são apenas algumas das atrações que prometem fazer de São Chico o palco para mostrar a riqueza da cultura serrana nos próximos dias.

Juntamente com a Festa, ocorre um dos mais tradicionais e autênticos festivais de música regionalista, que coloca São Francisco de Paula no patamar de um dos municípios com mais tradição na música. Enaltecendo o ritmo típico da serra, o 21º Ronco do Bugio reunirá amantes da música e da tradição gaúcha. Artistas renomados e novos talentos formarão uma integração durante o festival. Dos 122 bugios analisados 12 deles foram selecionados e serão apresentados nos dois primeiros dias de evento, dias 6 e 7. No dia 8 ocorre a reapresentação dos 12 finalistas e a divulgação do bugio vencedor. A ordem das apresentações pode ser vista no site.

E não termina por aí, além dos shows, da gastronomia serrana, com delícias feitas da semente da araucária e do Ronco do Bugio, tem ainda a Feira da Indústria e Comércio, os produtos da terra e muito pinhão sendo distribuído durante o evento.

A Festa do Pinhão e o Ronco do Bugio que valorizam e preservam os costumes do povo serrano é uma opção de lazer para toda a família, onde a tradição e a cultura andam juntas.

Informações sobre ingressos, shows e a programação completa você encontra no site http://www.festadopinhaosaochico.com.br/

Texto: Karine Vasem Klein
Foto: Reprodução Internet

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Que tal um programa diferente e ao ar livre?


"uma cuia na mão, um lago nos olhos, uma amizade no peito... " Léo Ribeiro de Souza

Na manhã do próximo domingo, 27, o Lago São Bernardo, em São Francisco de Paula, será o cenário para muita conversa e um bom mate! A partir das 9h, você está convidado para trazer a família, os amigos e muita disposição para conversar. Nesta manhã acontecerá a 1ª Mateada no Lago com a participação de representantes da cultura local. José Carlos Santos da Fonseca participa da mateada falando sobre seu livro São Francisco de Paula - Rio Grande do Sul - História, Encantos e Mistérios - Resgatando o Passado Serrano - Volume 1. A obra também será comercializada no local e autografada pelo autor. Além da literatura serrana, a música também será muito bem representada pelo gaiteiro Israel da Sois e pelos demais integrantes da Associação dos Acordeonistas dos Campos de Cima da Serra. E para completar o evento, não podia faltar o personagem principal... o chimarrão! A Erva-Mate Ximango disponibilizará água quente e erva durante a mateada.
A ideia do evento partiu de um grupo de amigos que lançou a proposta nas redes sociais e aos poucos ganhou a adesão e o apoio de muitas pessoas. O objetivo dessa primeira mateada é aproximar ainda mais a comunidade e mostrar para quem não conhece toda a tradição e cultura de uma boa roda de chimarrão.  Confira abaixo o folder de divulgação. 


*Texto e foto: KARINE KLEIN
Foto 2: REPRODUÇÃO


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Um dia muito especial para elas

Escola de Educação Especial promove “Dia da Beleza” para as mães


Ao longo da tarde a produção das mães alegrou os filhos que estiveram junto o tempo todo

Com o objetivo de aproximar ainda mais a família do universo escolar, a Escola Municipal de Educação Especial Dr. Ângelo Athanásio, promoveu na última segunda-feira, 7, o “Dia da Beleza para as Mães”. A tarde especial abriu as comemorações que ocorreram durante a semana pelo Dia das mães. Com a colaboração de diversos profissionais, elas tiveram um dia de princesa, com direito a corte de cabelo, penteados e manicure à disposição.
Para dona Maria Diniz dos Santos Neves, 46, mãe de Carlos Alexandre, aluno da Escola Especial, a ideia foi ótima. “É muito bom ganhar um dia para cuidar da gente, às vezes não temos muito tempo para isso”, disse.
Ao longo da tarde a alegria tomou conta dos alunos, que passaram o tempo todo junto de suas mães, enquanto elas se produziam. “Gostei muito de minha mãe ter vindo, fiquei feliz. Acho que ela vai ficar ainda mais bonita”, disse Alan Carus, aluno da escola.
Corte de cabelo, escova, penteados...tudo para deixá-las ainda mais bonitas
A Escola Municipal de Educação Especial Dr. Ângelo Athanásio agradece a todas as mães que participaram e também aos profissionais que colaboraram para este dia especial: Gilberto Reis- cabelereiro, Claudete Velho- cabelereira, Sabrina Damasceno- cabelereira, Carmem Dias- manicure, Daniela Reis- manicure
 As mães tiveram um dia especial com o apoio de alguns profissionais da beleza de São Chico



Texto e Fotos: Karine Klein






segunda-feira, 9 de abril de 2012

Em tempo de pinha no pé


Este texto "Catadores de pinhão, defensores da araucária", foi escrito em 2008 e publicado na Revista Terra da Gente. Agora que é outono, vale a pena recordar. Boa leitura...



Em tempos de grandes colheitas com máquinas computadorizadas, a arte manual da extração de sementes se mantém na região serrana do Rio Grande do Sul, onde ainda existem as Matas de Araucária ou pinheiro brasileiro. Trata-se de um ecossistema que acontece em altitudes superiores a 600 metros, atinge bom desenvolvimento em 50 anos e forma com suas copas um extrato acima das outras árvores permitindo em seu interior, a formação de uma grande diversidade de espécies vegetais.
A sua semente, o pinhão, é um importante alimento para muitos animais que vivem nas matas de araucárias, como gralhas, pequenos roedores e bugios.

foto de Karine Klein
Meados de abril de 2.008 e mais uma vez a família de Selmiro Trentin, 62 anos, natural de São Francisco de Paula, se prepara para a coleta do pinhão. O pinhão é uma semente de valioso teor nutricional. Tanto que era a principal fonte de alimentação de algumas tribos indígenas no sul do Brasil. Sua polpa é formada basicamente de amido, sendo muito rica em vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e proteínas. Atualmente é muito utilizada na alimentação humana, principalmente no inverno por ser muito calórica.O pinhão se forma dentro da pinha fechada (formato redondo), que com o tempo vai se abrindo e liberta o pinhão. Cada pinha contém de 10 a 150 sementes (ou pinhões ).
A araucária esteve ameaçada de extinção, nas décadas de 50 e 60, quando matas inteiras eram derrubadas e sua madeira exportada. Hoje a araucária, que produz pinhão entre abril e julho, está protegida por lei. Seu formato é singular:o tronco ergue-se reto, sem nenhum desvio e se ramifica apenas no topo, formando a interessante copa, com os ramos desenvolvendo-se horizontalmente, as pontas curvadas para cima; superpostos uns aos outros, formando vários andares. A rotina da família Trentin acontece próxima à Mata de Araucárias. Plantar, criar boi, porco e até galinha. Tudo para garantir o sustento mínimo durante o ano. Na temporada do pinhão, os homens da família, inclusive os meninos, se mobilizam para caminhar entre o pinheral e examinar pinheiro por pinheiro. “Na verdade a gente passa o ano todo cuidando as pinhas. Elas bem pequeninhas e vão crescendo. Vamos cuidando para ver quando dá de tirar”, explica Selmiro. Quando avistam a pinha no tamanho certo, mais ou menos do tamanho de uma bola de handebol (algumas chegam a parecer uma bola de basquete), verde escuro e presa entre os galhos altos da araucária, é hora de preparar as “trepas” nas botas para escalar o tronco de  aproximadamente 20 m de altura. O diâmetro do caule na base pode ultrapassar 2 metros e o da copa 10 metros. É que Loivo Moraes Trentin, 40 anos, filho de Selmiro se prepara para subir. “Subo em pinheiro desde guri e nunca caí, mas tenho medo. Na verdade é receio. Tem que cuidar a passada de um galho para outro e a descida é muito perigosa”, conta Loivo, também conhecido como Nego. Ele disse que, na média, são 20 pinheiros que ele sobe e desce por dia na temporada de coleta. Trava nas botas e mãos no caule. As mãos são protegidas somente por um saco ou por um pano. em cima, além de se firmar, tem que pegar uma taquara de 5m (alcançada pelos ajudantes) e com ela empurrar as pinhas até cair. Maduras caem no chão e são recolhidas. As que debulham precisam ter os pinhões catados um por um.
Na temporada do pinhão (de dois a três meses) o sustento da família está garantido com a coleta. Em média são oito mil kg recolhidos e vendidos na beira de estrada, em armazéns. “Este ano nãobom, não vai passar de dois mil quilos”, comenta Selmiro. Além de retirar o pinhão das próprias terras, a família também faz acordo com outros proprietários de pinherais. “Esta é uma época perigosa. O pessoal vai entrando na terra dos outros e tirando pinhão sem permissão do dono. Então os donos nos chamam e pedem para tirar as pinhas. Fazemos uma partilha entre o proprietário e nós. E assim vamos passando a temporada”, fala Selmiro. Nego completa que nestas invasões, o pessoal rouba o pinhão, corta cerca e “mata animal. Não é uma época muito fácil”. Apesar de tudo Nego não pensa em largar a coleta de pinhão. “Aqui a genteem cima do que é nosso. Enquantopara viver bem, vamos ficando”. Os meninos, que ajudam são filhos, netos, amigos dos netos, e ficam no chão ajudando a catar os pinhões. Perguntados sobre a vontade de subir no pinheiro, eles riem e dizem que se aventuraram, mas que hoje ficam no chão. “É perigoso”, completa Nego. Outra regra é que em dia de chuva ninguém sobe em pinheiro. Se fica no galpão debulhando as pinhas, separando os pinhões e ensacando para vender.
Pinhão tem ano bom e ano ruim. Dizem que se num ano a produção é boa, no outro é o contrário. É o que se diz na região entre as pessoas. “Sempre se ouviu isto. Pai diz pra filho e assim por diante. Não sei qual é a explicação”, explica Selmiro. A família também cuida as mudas novas de araucárias. “No matoque nem inço. A gente nem mexe, é mais pinheiro no futuro. O primeiro pinheiro que plantei tem uns quinze anos e tá dando pinhão. Agora é sempre deixar uns no chão e a terra cuida de tudo.” A semente é uma espécie resistente, tolera até incêndios rasos em razão de sua casca grossa que faz papel de isolante térmico. A capacidade de germinação é alta e chega a 90% em pinhões recém-colhidos.
A família Trintin não tem visto derrubada de araucária. “A lei não deixa, né? louco vai cortar”, responde Selmiro. A preocupação desta família é coletar seu sustento entre subidas e descidas em pinheiros, num mato de barulhos tão diferentes dos habituais aos ouvidos urbanos. Em tempo de luzes rarefeitas e debulhas freqüentes.